sábado, 21 de novembro de 2009

eu não bebo.

Meu mundo interno começa a girar, tudo perde o chão, as coisas flutuam e tudo está em harmonia, sintonia. Sinto uma paz imensa, ergo meu braço e ele cai num golpe pesado e enformigado. O piscar de meus olhos também estão pesados, pareço força-los instantaneamente para poder lubrificá-los, me sinto bem mesmo assim. Passo a língua nos dentes e sinto o gosto de pasta dental, mas esse não é o mesmo gosto de antes.
Talvez se eu curtisse mais, me envolve-se mais, mas não sei o que tenho. Seria pior. Sinto-me ao mesmo tempo nos quatro lugares que devo estar no mês de dezembro, suas datas intercaladas me cansam e minha escassa paciência se esgota.
Cada pedaço da aula de história me faz sentir falta da filosofia, na discussão, eu curto isso.
De que adiantaria eu ir no aulão de inglês se moro no Brasil? mas, esqueci de um detalhe(e que detalhe)o de que somos escravos do governo. Mas dizem os livros por aí que o escravismo já acabou, não? Deixa pra lá. Me sinto despreparada, mas nem sei pra que essa tal de preparação serve. Me sinto também desanimada, creio que isso prejudique minha auto-estima. Sinto-me também desinteressada, e isso me assombra. Durmo com a sensação de que nada adiantaria eu abrir os olhos na manhã seguinte. Nem a luz do dia me atrai mais, mas o entardecer sim.
Num piscar e meu celular dá um sinal, é, deve ser o cérebro. Eu gosto do cérebro, ele sempre me intima para nossas aventuras de querer, tentar dominar o mundo. E eu curto isso esqueço das analises um pouco, e isso me faz bem.
Ainda existe neste mundo pessoas que gostam de outras, aquela vontade insaciável, mistura de gestos e cheiros que compõem um arco de afinidade sem igual, sim, eu lhe amo-lhe, mas é que isto está tão vulgarizado por estas insuportáveis patricinhas e seus namorados - garotos propaganda de marcas famosas - e de suas traições as avessas. A ressaca está dando sinal de lucidez, meus olhos se erguem com menos empenho. Meu corpo gira sem querer nenhum tipo de manutenção. Me tirem daqui, eu não aguento mais. Mas, talvez, sair não seja o melhor.

17-11-09

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