sábado, 30 de janeiro de 2010

Primeira carta de Joveliana à Astuto.

Depois de parar e olhar para fora da janela Joveliana percebeu que tudo estava por um fio. A lua estava enorme preenchendo seus olhos,era estranho. Tantas vezes era pra isso ter se concretizado e agora parece que as forças do universo a ajudaram. Estava a poucos dias de perder sua mãe e isso caiu com toda a velocidade em cima dela, assim como um peixe cai na água, assim como uma folha no outono cai, só que com peso. Já não bastasse esses conflitos havia um outro alguém, um alguém especial na vida de Joveliana, alguém que se tornara ânimo para seus dias de tédio, alguém, alguém. Era para esse alguém que a jovem Joveliana escrevia como quem estivesse falando, contando as coisas que lhe aconteciam cara a cara mas por meio de escritas.

-meu amor é tempo de mudanças e como sempre pensei, depois de tudo o que vivemos que estaria perto de mim nesta hora, mas não justamente na hora em que mais preciso, estas suas crises me atordoam e doem, você não sabe o quanto. Mas, parece que nada muda e seus olhos continuam vedados. Sua exigência de atenção causa-me desconforto e você nem busca entender. O quanto eu já o escutei, e mesmo com raiva, respirei e entendi, o que mesmo com vontade de sumir, eu parei e fiquei, também na angústia de sua falta e você nem ligava. É assim que seguiremos? ou pararemos para um possível entendimento, eu não aguento mais esse conflito meu interno, sei que não é culpa sua e nem a coloco sob sua responsabilidade, mas por favor, entenda o que estou passando, não é a pior das histórias, nem a pior das situações, mas no momento é o que me destrói.

Joveliana mal sabia o que se passava pela mente de seu amado, e assim como toda amante de corpo e alma silenciou-se diante de seu escrito nos pés de sua cama profundamente num sono, o sono dos justos.

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